“A Porta que se Abre Quando o Silêncio Aprende a Falar”

Por Marcela Baptista Pinheiro

Enquanto o Sol ainda busca equilíbrio nos últimos graus de Libra, a energia do céu pede calma, observação e presença. Há uma tensão sutil entre o desejo de agir e a necessidade de compreender, entre o impulso e o silêncio. A lua minguante, em seu último suspiro, vem mostrar o que ainda tira você do centro, o que desperta a agressividade e o que o faz reagir antes de sentir. Essas reações não vêm de fora — são ecos antigos, padrões que você mesmo criou, e que agora pedem reconhecimento para enfim se dissolverem.

Há um chamado para vigiar seus pensamentos, o que você planeja, o que ensaia dizer, o que maquina em segredo. Cada intenção tem uma vibração, e toda palavra que nasce do medo ou da raiva retorna como espelho. O momento pede vigilância interna e um novo tipo de força: aquela que não ataca, mas sustenta; que não explode, mas compreende.

Talvez algumas feridas antigas se abram para serem curadas de vez. É preciso revisitar o que te fez duvidar da fé, do amor ou da própria capacidade de seguir em frente. Não para sofrer de novo, mas para finalmente encerrar os ciclos de descontrole e de dor. As conversas difíceis virão, e nelas, a oportunidade de libertar o que ficou preso entre o que você quis dizer e o que o outro não soube ouvir.

Falar com consciência será a maior estratégia. E falar com amor, o maior poder. A sensibilidade agora é um dom, não uma fraqueza. Ela mostra o que precisa de perdão, o que ainda se esconde por vergonha, o que espera ser acolhido sem julgamento.

Há uma porta aberta depois da compreensão. Quando você parar de guerrear contra si mesmo e apenas observar o que sente, o caminho se mostrará. A clareza chega quando o coração aquieta e a mente se torna aliada da alma.

Nada está perdido. Tudo o que parecia confuso começa a ganhar forma quando você escolhe não reagir, mas escutar. A verdadeira coragem está em manter-se firme, sem se perder na fúria ou na dor, sustentando a luz que você já é.

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